quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

AO MEU LINDO PORTUGAL

Ajoelha-te em contrição povo da m'nha querida nação
pegada de dinossauro rosnando à sopa entornada
pela velocidade de um olhar para o futuro
amiba em coma resumindo o vazio cheiro dos hipermercados
(espelhos de nós lençóis de cal tartarugas da época)
milhafres de vidro assustados pelo tempo
cabelos de quem não vem não vai não quer vestir mais nada senão o acaso
o incerto
o incerto o sorriso vesgo ao vestibular sismo de aparições.
Ajoelha-te, que os guardanapos espreitam preparando-te o fastio
da dor do açúcar a engarrafar as artérias.
E ainda dizem que essa tremura é coração....
O tanas... isso é falta de aguardente e de porrada!
Ó país da cínica decisão na sacristia
onde a mão que derrota na bisca não vence na vida
país que se veste para sair à rua
fato de D

fato de Domingo em saliente crise de versão.
Ò país de uma só orelha que ouves apenas o que te interessa
e passas a vida a farejar os outros com a narina mais casta
ruína do cínico resumindo o engodo que ser português é viver
num Portugal mais pequeno que as fronteiras.
O país do panfleto ressona
com a gordura a transbordar das sobrancelhas em aspa.

POEMAS COM DEDICATORIA A UM AUTO RETRATO
Ricardo Almeida

1 comentário:

325 disse...

Para o homem que eu amo mais spre dsd spre:
"...Há tantas vidas
sigo o cheiro
que me deixaste preso ás mãos
e me sufoca ao meio da noite
numa boa maldição.
Há quantas vidas que eu desejo
ter mais coragem que paixão,
e confessar tudo o que o tempo
me guardou no coração..."
(No escuro-Luís Represas)

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