quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Povo que lavas no rio

Povo que lavas no rio
E talhas com o teu machado
As tábuas do meu caixão.
Pode haver quem te defenda
Quem compre o teu chão sagrado
Mas a tua vida não.
.
Fui ter à mesa redonda
Bebi em malga que me esconde
O beijo de mão em mão.
Era o vinho que me deste
A água pura, puro agreste
Mas a tua vida não.
.
Aromas de luz e de lama
Dormi com eles na cama
Tive a mesma condição.
Povo, povo, eu te pertenço
Deste-me alturas de incenso,
Mas a tua vida não.
.
Povo que lavas no rio
E talhas com o teu machado
As tábuas do meu caixão.
Pode haver quem te defenda
Quem compre o teu chão sagrado
Mas a tua vida não.
.
Letra: Pedro Homem de Melo
Música: Fado Victoria

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Prvérbios

Deitar cedo e cedo erguer dá saúde e faz crescer.

Depois do barco ir ao fundo, toda a gente sabe dizer
como ele poderia ter sido salvo.

Deus dá as nozes a quem não tem dentes.

De boas intenções está o Inferno cheio.

Diz-me com quem andas e te direi quem és.

De contente se ri o dente.

De são e de louco todos temos um pouco.

Depois do baptizado feito não faltam padrinhos.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Rosas...


Rosas são o Universo
Rosas são de qualquer côr
Rosas são este verso
que lhes canto com amor.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Provérbios (L.D)

Da chuva da Foz livrai-vos vós.

Dos mal agradecidos está o Inferno cheio.

De hora a hora Deus melhora.

De pequenino se torce o pepino.

Dos fracos não reza a História.

Diz o borrachão o que lhe vai no coração.

Depressa e bem há pouco quem.

Depois de casa roubada trancas à porta.

Devagar se vai ao longe.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

A moda das tranças pretas

Como era linda com seu ar namoradeiro'
Té lhe chamavam "menina das tranças pretas",
Pelo Chiado passeava o dia inteiro,
Apregoando raminhos de violetas.
.
E as raparigas d'alta roda que passavam
Ficavam tristes a pensar no seu cabelo,
Quando ela olhava, com vergonha, disfarçavam
E pouco a pouco todas deixaram crescê-lo.
.
Passaram dias e as meninas do Chiado
Usavam tranças enfeitadas com violetas,
Todas gostavam do seu novo penteado,
E assim nasceu a moda das tranças pretas.
.
Da violeteira já ninguém hoje tem esperanças,
Deixou saudades, foi-se embora e à tardinha
Está o Chiado carregado de mil tranças
Mas tranças pretas ninguém tem como ela as tinha.
.
Letra: Vicente da Câmara
Música: Ginguinhas

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

E o meu Deus é cruel...

E o meu Deus é cruel
porque me vivo.
E o meu Deus é cruel
porque vivo os outros.
E o meu Deus é cruel,
porque me sensibilizo,
em relação aos outros.

Eu sou o conhecido
mais desconhecido.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Provérbios

Gato escaldado da água fria tem medo.

Grandes são os burros.

Gaba-te cesta que amanhã vais para as vindimas.

Ganha fama e deita-te na cama.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

A um amigo.?...

Tu és um estupor.
Fazes coisas erradas.
Fazes aquilo que quer
o auditor.
Protagonizas o papel
prometedor.
És uma p...a, um pederasta
um criminoso, um salteador
És tudo o que os outros
não querem e têm dor.
Um expositor de todo o medo
que apoquenta o interlocutor.
És tu como tu mesmo
que eu esqueço e não encontro.
29/9/95

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Dá-me lume...

Amigo Frei João cuidas que é barro
o fumoso tabaco porque berro
que o nigrumante me transforma em perro
se há coisa para mim como o cigarro.

Ele me arranca o pegajoso escarro
que nas fornalhas deste peito encerro
o frio, as aflições de mim desterro
quando lhe deito a mão quando lhe agarro.

De vício tal se é vício não me corro
e só fumo rapé simonte ou esturro
quando quero arreliar algum cachorro.

Amigo Frei João não sejas burro
dize bem do cigarro se não morro
traz-me lume já ou dou-te um murro.

Bocage

Provérbios

Cada cabeça sua sentença.

Cada terra tem seu uso cada roca tem seu fuso.

Cada macaco em seu galho.

Casarás, amansarás e te arrependerás.

Casa-te e verás: perdes o sono e mal dormirás.

Casa de pais, escola de filhos.

Casamento apressado, arrependimento arranjado.

Cada um colhe o fruto da semente que deitou à terra.

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